sexta-feira, 23 de abril de 2010


Ele disse que queria ser uma nuvem deitado na grama olhando o céu em uma tarde ensolarada.
Ele disse, vendo a mais bela nuvem que já viu, que queria ser uma nuvem para viver no céu, naquela imensidão azul...
Ele queria liberdade, por isso queria ser uma nuvem.
Ele queria viver o mais bonito amor. Queria ser visto, ouvido, lido.
Ele gostava de se expressar por palavras escritas – e se expressava muito bem através delas -, era culto, educado, inteligente, sincero. Era um rapaz lindo e charmoso... Mas era tímido, tão tímido que em uma tarde ensolarada declarou que queria ser uma nuvem, viver no céu, ser abrigo de anjos, ser livre, leve e branquinho... E poder chorar – de alegria ou de tristeza; de amor ou de raiva; de saudade; de medo; de qualquer porquê ou sem nenhum porquê -, assim, para todos verem, todos sentirem, e alguns – poucos ou muitos; jovens ou não; mulheres ou homens; garotos apaixonados ou meninas rebeldes; não importa – entenderem o seu pranto e o fariam companhia dançando, cantando, sorrindo, brincando, amando, chorando, correndo ou apenas ouvindo o barulho das lágrimas sob elas, até a última lágrima cair.
Ele queria ser livre, queria ser sentido e de alguma forma – comum ou não – ser compreendido.


Ele só queria ser uma nuvem... e se fosse, seria a mais fascinante.